segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Estresse infantil

Num mundo tão agitado e concorrido, parece que a infância não tem mais lugar. É tanto o desejo de que os filhos cresçam rápido, aprendam mais rápido ainda, que as despreocupações infantis deram lugar à imediata ocupação de tempo com coisas que não deveriam fazer parte de seu universo.

Pais até fazem agenda para que não se percam com tantos afazeres e os mais diversos. A pressão é intensa sobre os pequenos ombros: tem que ser o primeiro da classe e obter sucesso em todas as atividades em que foram inscritos. Tudo muito precoce. As crianças se veem numa corrida contra o tempo  como se isso pudesse garantir um futuro bem sucedido ou promissor.
 
E como são dependentes de seus pais, física e emocionalmente, preocupam-se em atender a todas as expectativas para não desapontá-los e perder o amor deles. Com isso, as necessidades infantis são postas de lado para que assumam o que lhes foi imposto. Mas há um preço a se pagar pelo caminho que se decidiu seguir e, obviamente, será cobrado mais tarde e, muitas vezes, mais cedo do que se espera.

É o estresse infantil, que gera uma tensão tão extrema, insuportável mesmo, acompanhada de reações orgânicas como excesso de ansiedade junto com taquicardia, vômitos, diarreias, dores, agressividade, perda de ou sono agitado, doenças respiratórias, enfim. A criança sente como se sua segurança estivesse ameaçada. E de fato está.

Além do estresse infantil poder originar-se das altas cobranças, principalmente aquelas em que a criança ainda não se sente capaz de atingir o fim desejado e esperado, pode, inclusive, originar-se por brigas familiares e separações, abusos e violências contra ela, mudanças de vida, de casa, de escola e  outras tantas, quando não foi bem preparada para poder compreender e aceitar o que vai perder. Não se pode esquecer que toda mudança envolve perdas e ganhos.

São muitos os eventos que podem provocar o estresse infantil, por isso é fundamental que os pais acompanhem seus filhos de perto, fiquem atentos a cada mudança de humor, de comportamento e mesmo de saúde sem motivo aparente, pois pode ser sinal de estresse.

Cada criança é única e o limite de tolerância e o ritmo de aprendizagem são diferentes para cada uma e deveriam ser respeitados. Na verdade, o que ela deseja é brincar e desfrutar a infância a que tem direito. É muito triste ouvir um adulto dizer que muito cedo teve que assumir responsabilidades, que não teve infância por não ter sido permitido ou por não ter tido outra opção.

Não se pode pular uma fase de vida, pois mais tarde ela retorna. São os adultos infantilizados, que se "esqueceram" de crescer ou crianças atuando como se fossem adultos, tomando decisões que deveriam, via de regra, serem tomadas por adultos.

A criança aprende brincando sozinha ou com seus pares, como também só observando, pois é através da imitação que se dá a maior aprendizagem infantil.

Cabe aos adultos responsáveis refletirem profundamente se não estão ocupando o tempo livre de seus filhos para se verem livres deles e poderem, eles mesmos, desfrutarem seu próprio tempo livre sem preocupação ou interrupção.

Ana Maria da Silva
Psicóloga Clínica

Semana do câncer de mama


Em todo mundo, várias campanhas da Semana do câncer de mama de conscientização estão sendo realizadas para chamar atenção ao assunto. Nos EUA, durante todo mês de outubro, eventos vão ser realizados no país. 

Esse tipo de câncer é o que mais causa mortes entre as mulheres no mundo. Os principais fatores de risco são a reposição hormonal com estrogênio na menopausa, obesidade, obesidade mais diabetes e hipertensão, antecedentes familiares maternos (avó, mãe, tias e irmãs), que podem aumentar o risco em até quatro vezes, e o tabagismo.

O estudo da história do câncer de mama mostra que sua evolução é lenta, longa e gradativa até chegar à fase da metástase (disseminação para o restante do corpo). Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de bater a doença.

Para ajudar a conscientização em relação ao câncer de mama, o Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson está oferecendo uma série semanal de dicas baseadas em pesquisas para ajudar na prevenção e diagnóstico precoce da doença. Veja algumas dicas abaixo:

- Evite ficar acima do peso. Obesidade aumenta o risco de câncer de mama depois da menopausa, período em que a doença ocorre com mais frequência. Tente não ganhar peso com a passagem de tempo e tente também manter índice de massa corpórea abaixo de 25.

- Coma saudavelmente. Adote uma dieta com muitos vegetais e frutas e pobre em bebidas açucaradas, carboidratos refinados e alimentos gordurosos. Ingira proteínas magras como peixe ou peito de frango e coma carne vermelha com moderação, ou nada. Ingira grãos integrais e prefira óleo vegetais a gorduras animais.

- Mantenha-se ativa fisicamente. Pesquisas sugerem que aumentar a atividade física, mesmo que comece tardiamente na vida, reduz o risco de câncer de mama de 10 a 30 por cento. Só o que você precisa é de 30 minutos de exercícios moderados cinco vezes por semana.

- Beba menos ou nada de álcool. O uso de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco da doença. Mulheres deveriam limitar a ingestão a não mais do que um drink por dia. 

- Evite a terapia de reposição de hormônios. Esse tipo de terapia na menopausa aumenta o risco do câncer. Se tiver que tomar hormônios para controlar os sintomas da menopausa, evite os que contêm progesterona e limite o uso a menos de três anos. 

- Considere um medicamento bloqueador de estrógeno. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou com mais de 60 anos deveriam conversar com seus médicos sobre os prós e contras de bloqueadores de estrógeno. 

- Não fume. Pesquisas mostram que uso de cigarro por bastante tempo está associado ao aumento do risco da doença em algumas mulheres. 

- Amamente seus filhos o máximo que puder. Quem dá leite no peito aos bebês por no mínimo um ano no total tem risco reduzido de desenvolver câncer de mama mais tarde.

- Faça o auto-exame todos os meses logo após o período menstrual. Mulheres acima de 40 ou 35 para quem tem histórico familiar devem realizar mamografias pelo menos uma vez ao ano. 

- Converse com seu médico sobre prevenção e diagnóstico para possuir todas as informações possíveis.

 
Fonte: Thays Biasetti